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Fronteira Brasil Uruguai

ROTA EXTREMO SUL

Para alguns dos leitores talvez isso seja uma novidade, mas também fazemos viagens com outros carros e porque não colocá-las aqui em forma de relatos para que os leitores possam planejar melhor seu passeio logo ali ou quem sabe um "pouquinho" mais longe?
    Seguindo os moldes dos relatos das viagens com o Del Rey e a Belina, pretendemos publicar dicas de planejamento do roteiro, legislação local e especialmente a preparação do veículo, afinal, nada pior do que ficar na estrada com um carro quebrado e expor sua família a riscos por falta de planejamento.

Mais uma vez vamos cruzar a fronteira do Brasil em uma viagem de carro. Novamente vamos ao Uruguai, só que desta vez a bordo de um Citroen C3 2012 (o Francesinho) e minha esposa, a dona do carro, será a navegadora. Da última vez, o carro que utilizamos foi nosso heroico Ford Del Rey em sua primeira viagem internacional no ano de 2009 em companhia de meu filho Rapha, na época com apenas 15 anos. O relato da viagem com o Del Rey pode ser visto aqui mesmo no blog no tópico "Viagens com meu Del Rey".

   O objetivo é o mesmo da última viagem, chegar até a capital do país, Montevidéu com uma parada na badalada Punta del Este e retornar a São Paulo sem nenhum problema, seja técnico ou burocrático. Já as escalas em território brasileiro devem mudar um pouquinho.

   Nesta viagem, além das paisagens que já sabemos serem deslumbrantes, vamos manter o foco em um talento muito grande em nosso país vizinho, seus "Desarmaderos" como eles chamam os desmanches de carros antigos por lá. Como já percebemos da última vez, lá eles existem aos montes, assim vamos tentar “clicar” alguns dos mais interessantes que cruzarem o nosso caminho.

   Sejam bem vindos a uma carona virtual com a gente, desde a preparação do carro, documentação exigida e nosso dia a dia durante o trajeto.  

C3 no Uruguai

A PREPARAÇÃO

Manutenção C3 Motor

 Montamos nosso roteiro com a ajuda de dois sites. A parte nacional com o viajeaqui.abril.com.br e a internacional com o www.ruta0.com .

   Como em nosso GPS, que em breve será substituído, só temos mapas do território nacional, imprimimos o roteiro internacional com a ajuda do ótimo Ruta 0, que já havíamos utilizado em nossas viagens anteriores à Argentina em 2010 e Chile em 2012/13.

   Outra parte da preparação diz respeito à legislação, que fazemos questão de estar rigorosamente de acordo, afinal nada pior do que ser parado por autoridades internacionais e ter problemas com elas.

   Bem menos rigorosos do que os argentinos, no Uruguai a única diferença com relação ao Brasil é a exigência de farol baixo aceso mesmo durante o dia nas estradas. Outra necessidade é a “carta verde”. Espécie de seguro contra terceiros exigido em todos os países do Mercosul e que pode ser providenciada por algumas companhias de seguro. Seu custo é proporcional ao período de permanência em território estrangeiro. Em nosso caso, para dez dias custou R$124,00.

   A preparação mecânica, devido ao carro ter apenas 37.000Kms rodados, bem diferente dos quase 450.000 do Del Rey, não requereu muito trabalho  mas nem por isso foi dispensável.

   O C3 teve apenas a primeira revisão, a dos 10.000kms, feita em concessionária. A partir daí, por nossa opção, assumimos toda a manutenção, feita em nossa garagem/oficina.

   Aos 30.000kms ele nos surpreendeu com um prematuro desgaste das pastilhas de freio dianteiro (atrás são a tambor). Fizemos a substituição e agora aos 37.000 as da marca TRW estão como novas, o que nos deixa duas suspeitas: A má qualidade das originais ou a troca das existentes em bom estado durante a revisão dos 10.000Kms. Vai ser difícil descobrir a verdade.

   Também substituímos as lâmpadas de farol baixo que estavam queimadas.

   Aproveitamos que o carro estava suspenso e sem as rodas e avaliamos os componentes de suspensão, fixação de escapamento, etc. e nada precisou ser feito.

 Óleo de motor, filtros de óleo, ar, ar condicionado e combustível foram trocados e aqui identificamos uma falha de montagem.

   O filtro de combustível estava desencachado de seu suporte, conforme pode ser observado na foto ao lado.

Filtro de combustível C3
Inspeção C3

Presumimos que a falha tenha sido realizada pela fábrica, uma vez que de acordo com o manual do proprietário, este item só é substituído na revisão dos 20.000kms, que não foi realizada na concessionária.

 

   Providencialmente preparamos uma pequena mala de ferramentas (bem menor do que a do Del Rey) afinal, nosso seguro só é válido em território nacional.

DIA DA PARTIDA

Como em nossa última viagem, nossa saída aconteceu a partir de Ilhabela/São Paulo.

   Destino final de nossas viagens por muitos anos, a Ilha tornou-se nosso porto de partida.

   Saímos em um dia nublado, com esperança que o tempo melhore ao longo da viagem.

   Subimos a serra pela rodovia dos Tamoios com o “Francesinho” com lotação total. No volante o Rapha e Bá (meus filhos) ao lado e eu a Lou no banco de trás. Bom exercício para o pequeno motor 1.4 flex que já está acostumado com a longa serra.

 

   Passaremos a noite em São Paulo os quatro e amanhã saímos eu a Lou a caminho da BR116.

C3 na Ilhabela

A RODOVIA DA MORTE

Adesivo entre dois oceanos

Saímos às 7h:30 de São Paulo e logo a BR116, rodovia que liga a capital paulista ao Sul do país, justificou sua alcunha de “A Rodovia da Morte”.

   Um caminhão chocou-se violentamente contra um muro da pista e teve a cabine arrancada do chassi, devido à violência do choque. Até o final do trajeto do dia veríamos mais três acidentes graves. Até quando vamos achar isso normal?

   Este acidente nos fez perder 1,5 hora, sendo assim tivemos que almoçar pouco antes de Curitiba em um posto que normalmente fazemos uma parada para um café.

   O que foi muito legal foi reencontrar o adesivo de nossa viagem ao Chile que fixamos em uma das janelas do posto em dezembro de 2012.

   O destino do dia, a cidade de Vacaria a primeira do RS, prevê o maior deslocamento diário da viagem. 840Kms. Assim teremos mais tempo no dia seguinte para apreciar a bonita serra gaúcha.

   O C3 que nunca tinha cruzado uma fronteira de estado, só hoje cruzou três.

 

   Em Vacaria, nos hospedamos no Pampa hotel, mas achamos o preço da diária para casal de R$160 exagerada. Já vimos outros hotéis por aqui e na próxima vez que pararmos em Vacaria vamos quebrar a tradição de nos hospedar neste hotel, que já repetimos por 7 ou 8 vezes.

VOLTA ÀS SERRAS GAÚCHAS

Retornamos à BR116 a caminho das serras gaúchas com planos de almoçar em Nova Petrópolis, mas no meio do caminho mudamos de ideia e resolvemos dar um up grade no dia com uma passada também em Gramado para matar a saudade, não as minhas, porque estive lá há menos de dois meses, mas da Lou já não ia até lá há seis anos.

igreja de gramado
rua principal gramado

O passeio foi rápido, se resumindo a um almoço em nosso restaurante de costume e uma volta na avenida principal, onde compramos uma caixa de chocolates Planalto. No final do passeio ainda conseguimos tempo para passar na casa de meu amigo Adriano Slabão, mas infelizmente não nos encontramos. Deixei um abraço com sua filha e seguimos viagem até a cidade de Canoas, na grande Porto Alegre, onde nos hospedamos também em um conhecido hotel, próximo à Universidade Ulbra no início da noite.   

Amigos do Del Rey

Infelizmente desta vez não encontramos com o Adriano Slabão e o Rubilar. Agora temos mais um motivo para voltar à Gramado.

CHEGANDO A UM DOS EXTREMOS DO BRASIL

Como nosso país é grande!

   Três dias de estrada só para chegar à fronteira a partir de São Paulo.

   Nesta viagem, para não nos estressarmos, utilizamos a estratégia de um dia rodar bastante e no outro pouco, mantendo a média de 500Kms/dia, assim também temos tempo de passear um pouco na cidades mais interessantes, como fizemos no trecho anterior.

   Hoje vamos partir de Canoas e chegar ao Chuí, a última cidade do Brasil e até aqui a chuva não nos deu uma trégua. A travessia da reserva do Taim sempre é uma preocupação pela falta de estrutura de postos, oficinas, etc. Vale lembrar que não se deve sair despreparado e muito menos desabastecido a partir de Pelotas. Há trechos de mais de 100kms sem postos!

  No caminho, em Pelotas, paramos em um posto Ipiranga na beira da estrada para almoçar e nos surpreendemos com a ótima refeição que fizemos e que ainda por cima foi bem em conta. Na volta vamos tentar parar no mesmo lugar e registrar a localização do posto para ficar como referência para quem quiser seguir a sugestão.

Placa Chuí

 Às 16h:30 chegamos ao Chuí e nos instalamos em um hotel, o mesmo de 2009 que fiquei com o Rapha, apenas regular, mas acreditem, isso é ótimo no Chuí.

   Por ser uma cidade de dupla nacionalidade, a impressão que se tem é de que não é bem cuidada nem pelo Brasil nem pelo Uruguai. Com ruas completamente esburacadas, parece pior do que em 2009.

   Aproveitamos o resto da tarde para fazer câmbio e comprar alguns salgados e docinhos do lado uruguaio que comemos no hotel.

 

   Amanhã é dia de fazer migração.

Fronteira Brasil Uruguai

RODANDO PELA RUTA 9

Infinitamente mais fácil do que na aduana argentina, fazer a papelada de migração para entrar no Uruguai não passou de 10 minutos. Ganhamos mais um carimbo nos passaportes e passamos o C3 na revista. Neste momento a única demora foi esperar o fiscal ler as seis páginas da Carta Verde, o que nos provocou um pouco de ansiedade. Deve ser por estar  acostumado a ler as que são emitidas na fronteira, que não passam de meia folha, já a nossa foi emitida em São Paulo, antes da viagem.

passaport

Como em todas as cidades de fronteira, existem inúmeros estabelecimentos que fazem este serviço.

   Tomamos a calma Ruta 9, a caminho de Punta del Este e em pouco mais de duas horas de estrada estávamos no balneário uruguaio.

Pista de pouso em plena rodovia. Coisas do calmo país vizinho.

rodovia no Uruguai

 A localização do hotel (o mesmo de 2009) não foi difícil. Nossa referência era a escultura “La Mano”, um dos cartões postais de Punta.

 

   Só que o preço..............Os US$45,00 (o dólar americano, na prática é a moeda corrente de Punta e em muitos lugares do Uruguai) que nem negociamos há 5 anos passaram para US$65 que negociamos a US$60,00 en efectivo (à vista) Logo percebemos que tudo subiu de preço no Uruguai. Comida, roupas, etc.

   Almoçamos em um Burguer King (muito original!!!!) e tiramos o resto da tarde para passear a pé pela região. Vantagem de um hotel bem localizado como o nosso.  

La Mano
Cassino Conrad

Cassino Conrad. No Uruguai o jogo é legal.

CASA PUEBLO, DE VILARÓ

Em Punta Ballena, bem perto de Punta del Este fica a Casapueblo, chamada de uma escultura habitável pelo seu idealizador, o artista CarlosPáez Vilaró, recentemente falecido, em 24 de fevereiro de 2014 aos 90 anos.

   Prestigiado artista multimídia (pintor, escultor, cineasta e escritor) uruguaio reconhecido internacionalmente era pai de um dos sobreviventes do famoso acidente de avião ocorrido nos Andes em 1972, retratado em filme e livros.

Casa Pueblo

Casapueblo foi erguida pelas próprias mãos de Vilaró com a ajuda de pescadores da região. No início da obra teve a visita de Vinícius de Morais, seu amigo pessoal, que a cada ano encontrava a casa diferente, parte construída e parte em escombros,  o que lhe inspirou a escrever sua famosa música “A Casa”.

   Chegamos cedo, antes da Casapueblo abrir as portas para visitação. Bem que Vinícius estava certo. Não tinha nem placas informando os dias da semana ou horários (quem não entendeu o trocadilho, agora tem motivo para ouvir a música).  Já estávamos nos desanimando quando uma assistente social, conduzindo um bando de crianças, chegou e nos disse ter marcado o horário das 10.

   Insistimos na campainha e às 10h:20 um gato veio nos recepcionar. Mais tarde, na visitação do espaço, percebemos a fixação de Vilaró pelos felinos, constantemente retratados em seus trabalhos.

C3 no Uruguai

No início da visita, entra-se em uma sala onde é exibido um documentário sobre a vida do artista, para depois ter acesso ao restante da casa e às obras de arte. Sem dúvida vale os US$10 cobrados por visitante que “de quebra” admira a encosta de Punta Balena, onde a casa com jeito de castelo foi construída. Se for ao final da tarde, como eu e o Rapha vimos em 2009, o espetáculo fica completo.

   O restante do dia tiramos para passear em Punta del Este.

   E antes que alguém pergunte:

   Mas não foi isso que vocês fizeram ontem?

   Já respondo:

 

   Faria isso mil vezes se pudesse.

Casa Pueblo

DIA DE CARROS ANTIGOS

 Dia especial para quem curte carro antigo.

   O Uruguai é um verdadeiro museu do automóvel com entrada grátis. As atrações vão dos que circulam normalmente nas ruas aos “desarmaderos” (como eles chamam os desmanches de carros antigos por aqui). Estes últimos foram o foco do dia.

   Das duas uma: Ou você vai acompanhado de um amigo que também gosta de carro antigo ou tem uma mulher tolerante como a minha que pacientemente ficou no carro esperando, enquanto eu afundava minhas botinas em algumas poças de lama para fotografar as beldades enferrujadas que aparecem aqui.

Carro antigo uruguai

 Partimos pela Ruta 9 a caminho de Montevidéu, onde os desarmaderos aparecem um após o outro. São tantos que separei os relatos do dia em duas partes, esta exclusiva para falar deles e a próxima onde falarei sobre o passeio na capital Montevidéu.

Não podia deixar de encontrar um Del Rey “uruguaio”. Aqui, um Ouro 81/82

(Note que na capota há um garrafão de água. No Uruguai isto indica que o carro está à venda)

Del Rey Uruguai

Com a desculpa de estar procurando o cilindro mestre para meu velho Chevrolet 49 (se bem que isso era verdade), pedia permissão dos donos para sacar fotos, no que sempre era cordialmente atendido.

   Logo no primeiro deles, achando ser um Chevrolet Styleline, logo percebi o equívoco, mas não deixei de tirar fotos do interior. Aos experts de plantão, fica o desafio de reconhecer o modelo, que estava bem descaracterizado.

Carro Antigo no Uruguai
Auto Union Junior

 Em seguida, um raro Auto Union Junior, primo mais novo do nosso DKW. Este identificado pelo colega José de Ma2tos, profundo conhecedor destes fumacentos.

Na margem oposta da estrada, a partir de Montevidéu, a maioria dos desamaderos, aí sim o show é pra valer. Neste caminho de volta já nem usava mais a desculpa do cilindro de freio do Chevrolet, já pedia logo para tirar fotos e eles sempre simpaticamente, permitiam.

   Em um deles, com vários exemplares europeus, além dos carros e muita memorabilia, incorporava um restaurante. Mistura esdrúxula de negócio.

Atrás do velho caminhão, jaz um Citroen Traccion Avant, vovô do nosso "Francezinho" C3.

Traccion Avant Uruguai
Studebacker Uruguai

Uma observação especial: Não deixe para visitar os desarmaderos muito tarde, pois a maioria deles fecha suas portas por volta das 16h:30 e deixam ferozes cães de guarda de prontidão. Esta informação por pouco não me custou levar uma bela mordida.

Em um posto de gasolina flagramos um Studebacker Champion Bullet Nose, já sem o "nose". 

PASSEIO NA CALMA MONTEVIDÉU

 Ainda com as botinas um pouco lambuzadas do barro dos “desarmaderos”, fizemos a primeira parada na capital Montevidéu. O local escolhido foi um shopping, logo na entrada da cidade, onde também fizemos nosso almoço. Um exótico prato com carneiro ao molho de hortelã, acompanhado de um prensado de ovos, beterraba e mais almas coisas que não fizemos a questão de identificar. Para melhor entendimento, segue a foto abaixo,

Comida no Uruguai

Depois da digestiva volta no shopping (dispensamos comentários de que shopping é mania de paulista), partimos para a cidade, completamente diferente de outras metrópoles que conhecemos. Em plena quinta-feira, Montevidéu mostrou um trânsito tranquilo, pessoas calmamente caminhando pelas ruas e calçadões à beira do rio da Prata, que a separa de Buenos Aires. Esta calma todo talvez explique o fato de ser considerada a cidade de melhor qualidade de vida da América Latina.

   Em meio às ruas da cidade, quando estávamos à procura dos calçadões do rio da Prata, um Honda Civic buzinou ao nosso lado pedindo para abaixarmos o vidro. O motivo era para nos cumprimentar pela bandeirinha do Uruguai que estava no C3 e nos dar boas vinda à cidade. Este tipo de comportamento faz a gente gostar ainda mais do lugar.

Montevidéu

Algumas de suas praias fazem lembrar Santos em São Paulo, depois da reurbanização, que convida a um passeio pela orla ao final da tarde, como fizemos.

 

   Circundamos toda a cidade de carro, certos de que voltaremos para passar mais dias ali e partimos para Punta del Este a poucos 130 Kms que percorremos sem pressa de chegar. 

TOMANDO O CAMINHO DA VOLTA

  A partir deste ponto começa a contar nossa volta desta excelente viagem, que apesar de já ter estado aqui em Punta, tenho a impressão de ser a primeira vez.

   Aproveitamos o final de tarde para passear sobre as plataformas de madeira que costeiam grande parte da praia Mansa, próximo ao cassino Conrad e fomos brindados com um lindo por do Sol.

Punta Uruguai

No dia seguinte, não tão cedo, tomamos nosso desayuno e partimos rumo ao Chuí, sem sermos parados uma única vez pela polícia rodoviária (saudade nenhuma das rutas argentinas nessas horas). Ironicamente um carro uruguaio foi parado à nossa frente para averiguação e passamos tranquilos.

   Teria sido por causa da bandeirinha uruguaia novamente?

Chegamos ainda a tempo de almoçar em um das churrascarias do Chuí e fazer uma comprinhas nos free-shop. Enquanto a patroa abastecia seu estoque de perfumes e cremes, fiz o mesmo com minha adega, somando mais sete garrafinhas às três que já havia comprado em Montevidéu.

Rodovía Uruguai

DO CHUÍ À VACARIA

 Quando estávamos colocando as malas no C3 para sair do hotel do Chuí, uma forte chuva de granizo começou a cair. Sorte que nosso carro estava na parte coberta do estacionamento. Nem tanta sorte tiveram os outros, que ficaram vendo pela janela do hotel os seus carros receberem marcas por toda a carroceria. Bastou esperar uns 30 minutos para a chuva parar e partimos tranquilamente em direção à reserva do Taim.

 

   Na hora do almoço tivemos a sorte de localizar o mesmo restaurante instalado no posto em Pelotas que paramos na ida e como prometido, segue abaixo sua uma foto com a sua referência para quem quiser parar lá.

Placa Estação ecológica do taim

 Diferente do caminho de ida, decidimos não parar para dormir em Canoas e subimos a serra até Nova Petrópolis, onde fizemos uma breve parada para ouvir algumas músicas de um grupo gaúcho que se apresentava na rua ao lado da conhecida praça do labirinto. Fizemos também uma pequena caminhada para esticar as pernas e continuamos a viagem até Vacaria, chegando às 21h:30. Assim, atravessamos praticamente o estado do Rio Grande do Sul em um só dia, do Chuí à Vacaria em um percurso de 752 Km.

rio grande do sul musica

UM DIA DE ESTRADA BEM TRANQUILO

 O motivo de tanta estrada no dia de ontem foi um só: Dividir os 840Kms restantes do percurso de volta em dois dias de estrada bem tranquilos, para chegar em casa com a sensação de que a viagem foi leve. Assim partimos de Vacaria, depois de um ótimo café da manhã e uma leve caminhada pela cidade, sem saber exatamente onde iríamos parar para passar a noite. A única certeza é de que deveria ser antes de Curitiba.

   De acordo com a expectativa, depois de tranquilos 300 Kms  decidimos que a cidade seria Mafra em Santa Catarina que faz divisa com Rio Negro no Paraná. Como nos hospedamos bem perto da divisa entre as cidades, após nos instalarmos no hotel em Santa Catarina, fomos a pé jantar no Paraná.

Rodovía Rio grande do sul

   A escolha foi tão satisfatória, que da próxima vez que formos ao RGS, no sentido das serras, Mafra será nossa escala no lugar de Vacaria como sempre fizemos.

volta para são paulo

COMO É BOM CHEGAR EM CASA

Último trecho a ser percorrido no caminho de volta para casa, de Mafra/SC até São Paulo, foram pouco mais de 500Kms e logo após os primeiros 50, já na cidade de Curitiba, pegamos um congestionamento na BR116, que parece atrair caminhões como ímã neste trecho. Isto nos fez parar para o almoço um pouco mais tarde do que esperávamos, já na metade do trajeto.

   Por incrível possa parecer, a Serra do Cafezal já em Itapecerica da Serra/SP, famosa pelos frequentes congestionamentos, estava livre nesta tarde.

chegada da viagem

  No final do dia estacionávamos o Francezinho C3 na vaga da garagem de casa ao lado do Del Rey, que não se impressionou nem um pouco com o adesivo do Uruguai que ele trazia na janela afinal, além desse ele já tem de mais dois países.

adesivo uruguai

IMPRESSÕES DO C3

Durante todo o trajeto o C3 mostrou-se um carro muito agradável para um casal viajar, quanto ao espaço e conforto, especialmente na versão Exclusive como o nosso que tem um interior mais requintado, com confortáveis bancos revestidos em veludo. Mas certamente, se o casal decidir viajar com os filhos, vai faltar espaço para bagagens no pequeno porta-malas. Já quanto ao desempenho deixou a desejar, especialmente nas ultrapassagens, onde um pouco mais de potência e principalmente torque seriam desejáveis. Isso deve ter sido resolvido na nova versão, a partir do ano/modelo 2013 (o nosso é 2012, último ano da antiga geração) que tem motor 1.5 ao invés do 1.4 que equipa o nosso. O consumo de combustível foi apenas razoável, obtendo a média de 13,2 km/l de gasolina. Apesar do carro ser flex, optamos por abastecer somente com gasolina, devido ao custo inviável do combustível vegetal na região Sul e sua total inexistência no Uruguai.

interior C3

Pontos de referência de aperto de parafusos e porcas todos Ok.

(Vamos adotar este sistema também no Del Rey, por facilitar muito a constatação do aperto dos componentes)

 

   Em nosso primeiro relato, antes de partir, comentamos o curioso e prematuro desgaste das pastilhas de freio dianteiras, antes dos 30.000kms. Após nossa chegada, tornamos a retirar as rodas para verificar o estado e fixação dos componentes e constatamos que após 10.000kms as pastilhas de reposição estavam praticamente novas, o que faz o desgaste das originais parecer ainda mais estranho.

bieleta c3

 Outra constatação que fizemos foi a perda de um dos parafusos de fixação da roda dianteira direita. Mais assustador ainda foi observar que mais da metade deles estava praticamente solta.

 

   Como isto pode ter ocorrido se nós mesmos os apertamos antes da viagem?

   Nossa conclusão é que tínhamos que tê-los reapertado após alguns quilômetros rodados.

   Vivendo e aprendendo....

    A questão é que este aprendizado poderia ter custado uma roda solta na estrada.

 

   Em uma avaliação geral, concluímos que robustez e confiabilidade o Francesinho apresentou de sobra.

parafuso roda c3

ALGUNS NÚMEROS DA VIAGEM

Quilômetros percorridos: 4.207 Km a partir de SP(1631 até a fronteira no Chuí).

Litros de gasolina: 318

Média: 13,23km/l

Combustível mais caro: R$4.50 (Punta del Este)

Combustível mais barato: R$2,80 (São Paulo)

Hotel mais caro: R$160 / casal (Vacaria /RS).

Hotel mais barato: R$120 / casal (Mafra/SC)

Pedágios Brasil: R$67,90

Pedágio Uruguai: R$23,80

 

Custo de manutenção do C3: R$7,00 (01 parafuso de roda)

mapa e calculadora

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